6 Razões para não pedalar por São Paulo e 1 motivo para pedalar
Quero aproveitar o Dia 22 de setembro que é o Dia Mundial sem Carro para refletir sobre o tema.
Neste dia, cidades do mundo todo, realizam atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades. A ideia é que as pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel.
Por isso, vamos aos motivos para NÃO pedalar pela cidade de São Paulo.
- Trânsito caótico. Não tem hora nem dia. São Paulo tem trânsito constante todos os dias e horários da semana. A Capital tem 699,2 Km de ciclovias com 17,2 mil km de vias pavimentadas, o que representa 4% do total de ruas.
2. A cidade não é plana. Muitos dizem: “Você está louca de pedalar por aí, é muito morro!”. Sim, tem morros e olha que eu sou das Perdizes, sempre subindo, mas sempre descendo também. E outra coisa que sempre digo: domine as marchas da bicicleta, é fundamental! Use-as ao seu favor.
3. Não há lugares para guardar a bicicleta em Lojas, Eventos, Supermercados, etc. Sim, é muito verdade. Várias vezes desisto de ir de bike porque não há lugar para estacionar em lugar seguro. Mas, muitos comércios estão mudando o mindset, exemplo disso, são os bicicletários de alguns Shoppings que realmente destinaram tempo e recursos para fazer algo decente para os ciclistas. Faltam muito, mas nada como um “bate papo gentil” em estacionamentos pagos, que não deixe você guardar a bike e com segurança.
4. Onde vou não há vestiário e não quero chegar suada. Esse é um problema. Mas o que faço, levo uma camisa/blusa extra na bolsa e evito pegar grandes subidas pedalando. Já disse no tópico anterior, que moro nas Perdizes. Na saída do meu prédio, já tem uma subida gigante. Então, engulo o “orgulho” e subo empurrando a bicicleta, assim suo menos. E assim, vou indo até chegar no meu destino. Ah, também não dispenso o capacete e por isso, para chegar com o penteado “em ordem”, coloco um lenço entre o capacete e o cabelo. E não dispenso, o uso de lenços umedecidos e creme para pentear.
5. Não há respeito dos motoristas de carros e ônibus. Verdade! Já passei por muitas finas, principalmente de ônibus, mas de uns anos para cá, as coisas mudaram. Mas de qualquer forma, prezo muito pela minha vida, porque sei que na bike, sou bem mais frágil que os outros modais. Tento sair para meus compromissos com tempo suficiente para não correr, sempre pedalo nas vias pela direita e ocupo a faixa. Evito subir nas calçadas, porque também há os pedestres, que nós ciclistas, devemos proteger. Muitas vezes, não há opção, mas sempre que cruzo com um ponto de ônibus ou muita gente, desço e empurro a bike. Ninguém merece receber uma bicicleta vindo em sua direção.
6. O percurso é longo e preciso fazer a intermodalidade. Aqui em São Paulo, no “pós-pandemia”, algumas regras mudaram. O embarque de bicicletas nas estações agora é permitido de segunda a sexta-feira das 10h às 16h e das 21h à meia-noite. Aos finais de semana e feriados, o embarque é liberado o dia inteiro. Sempre que necessário faço uso dessa facilidade, apesar de ter que subir e descer com a bicicleta pelas escadas, mesmo sendo rolante.
7. O último motivo é que tudo vale a pena. Nos divertimos muito, não há trânsito, você “conhece” uma cidade diferente, você abana a cabeça como sinal de “bom dia” para todas as pessoas, pratica atividade física e contribui para a descarbonização da cidade.
Lilian Frazão
Founder e CEO da Startup QUERO PEDALAR, Co-Organizadora do PEDAL VOLUNTÁRIO, uma ONG que atua há 10 anos com trabalho voluntário e ciclismo. Profissional com mais de 20 anos de experiência em Gestão de E-commerces. Graduada em Comunicação Social e Pós-graduada em Marketing, cicloviajante há mais de 20 anos.